quinta-feira, 5 de junho de 2014

#4 | 2014

prometi ao meu bem que cuidaria de mim essa semana. a primeira atitude válida é assumir que preciso mesmo dos meus remédios, ou não consigo dormir duas noites seguidas. ontem, dormi. hoje, nem por um segundo. é que acabou, sorry.
 
tenho inveja do Daniel Price, do seriado Perception. ele conseguiu escrever tudo, tudo o que precisava e desejava, mesmo tendo 25 anos de esquizofrenia paranóide nas costas. ou, melhor dizendo, na cabeça. queria metade da disposição intelectual que este personagem possui, e eu escreveria sobre o samba de Cartola, sobre... e, é claro, me somem as palavras para falar sobre o que mais eu escreveria se não passasse tanto tempo dormindo. 

mas de uma coisa eu posso me orgulhar. venci minha adicção. e mesmo com medo de falar sem ter certeza, vou me dar ao crédito de não ter sentido vontade de usar absolutamente droga nenhuma nas últimas 48 horas. há uma nova força em mim, como se nada pudesse arrancar essa certeza de que agora sim, estou bem. 

agora só me falta a gulodice intelectual voltar, e eu estarei bem. devo admitir, percebo que minha vida não é uma novela, que eu não sou importante de maneira nenhuma, para absolutamente ninguém além do raio de dois metros e meio de distância, e que minhas alucinações paranóides são tão bobas e cansativas, longes da diversão de ver presidentes ou joannas d'arcs. no máximo, Deus, sempre de bom humor. 

dessa vez terminamos nossa conversa bem, o que me ajudou na adicção. mas pretendo rezar menos e, quem sabe, escrever mais. vamos ver se blogar me ajuda a manter as idéias em dia com o papel. editor de texto, que seja. 

memória de vida passada em signisciência