plano quadriculado em gota sólida integral, torres de força e benevolência sustentam o templo astral.
a voz gótica ecoa de todas as direções, como um pássaro de fogo ou querubim. a música do coração ressoa alto e o corpo está fora de qualquer frequência exotérica. o círculo mágico me protege de precisar unir-me à sua essência vital, enquanto as conjurações e o enquadramento da sua alma reluzente em uma pirâmide protege minha razão.
"encerra-te neste limite, ó servo do meu segredo, e assume tua forma humana, ou queimo teu selo e exorcizo-te."
asperjo água de purificação, e um riso ecoa ao meu redor, um riso infantil descontrolado. a voz de riso transmuta-se em brasa dourada como as asas do pássaro. ponho o selo num vaso de barro e repito a ordem. uma chama azul sai de dentro do vaso, e imediatamente o pássaro se aquieta dentro da pirâmide, que se descortina à dimensão geométrica modal assumindo a forma da minha filha.
estou tonta de girarmos em roda cantando.
caímos as duas na cama do quarto, cansadas e ainda com uma questão de ordem a cumprir:
- hora de tomar nanho e então, dormir.
- sim, mamãe.
demônio sob domínio.
mais um ritual bem sucedido.