segunda-feira, 5 de julho de 2010

'puta!', gritei em sonho

e foi a palavra que me engasgou: puta! por mais que tentasse, não havia sussurro ou grito que soasse minha voz. puta! não, não era você, não era a sombra doente de sua filha. em fato, acho que a puta era eu, desde o princípio, desde o namoro rosa em meus olhos aos sonhos loucos, onde te vi acordar de óculos na cara, onde era você quem me acordava. 'eu só tenho uma objeção quanto a isso: você me ver nu.' puta, me viu nua diversas vezes e chamou-me puta pelo menos o dobro. meu argumento ainda é o mesmo: você estará sempre abaixo dessa ofensa silenciosa, eu terei sempre o coração partido por ter de ouvir do travesseiro a sua covardia: "viu, puta? então vá, puta!" 

puta: nem eu consigo encontrar palavra melhor para te definir. 

memória de vida passada em signisciência