quinta-feira, 20 de junho de 2019

cartas aos executores da última estação do tempo

I
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eis um sigilo do teu nome. diga-me: agradeço?
: a briga tinha solução;
: havia legalidade de demanda;
: fui vítima-algoz;
: vi a singularidade do horizonte;
: e olhei por debaixo do véu por quase um segundo.

portanto, que nunca mais me apareça com teus olhares celestes de dracma, dizer-me a direção da sorte, pois toda moeda que acho perdida desaparece no momento em que a guardo, e toda vez que deixo-a para o próximo trouxa, sinto-me mais pobre, mais rico e sorrio sem dente nenhum pra vida.

II
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a nova roma avança. ainda se vive o dogma da ordem, e o povo luta contra a terra outonal. o afago do avarento ainda é o capital dos ricos, e todos exibem suas coroas, frustrados com a beleza da superação de ti.

III
[xxxx]
pois,
: que se não fosse por ti, a rotina seria certamente mais gótica e as aventuras seriam maçantes;
: já não se analisam os fatos de maneira integral e desapaixonada;
: desrespeita-se neste lugar qualquer ensaio de progresso;
: concebem pouco, raciocinam mal e julgam-se sempre certos;
: é que se toma tudo por ofensa, perdeu-se o senso de diálogo.


IIII
[xxxx]
"para si!",
: eu não sou isso;
: isto não está, pois não se forma sentimento em mim a este respeito;
: existe a coisa e o objeto, e esta é a bolha histórica do "para mim!" em teu valor;

de todo o resto, eu discordo do mundo contigo.

memória de vida passada em signisciência