sábado, 26 de janeiro de 2019

noutra dimensão

em minha cama, ensopada de suor
imagino-me flutuando ao seu redor
como ponto matemático em movimento
substanciada em gozo, modo sonoro

em meu banheiro, arrodeada de vozes
rindo-me de todo entendimento
que elas, por si, não conseguem configurar
que eu, por mim, não cato na primeira ficha

em minhas memórias, eu nado
como quem morre afogada, buscando saída
como quem morre de sede, buscando alívio
como quem morre de dor, buscando colo

em minha voz, afundo
pois não há figura que a represente
nem sonho que a acalante
que não o ambiente ao seu redor

memória de vida passada em signisciência