domingo, 29 de junho de 2014

#5 | 2014

.faltam alguns acentos hoje.
visualizo minha vida através de outra perspectiva. nada de negativo ou anormal: apenas positividade. acho sei que posso declarar a minha experiência sem ser tachada injustamente de insana ou louca. porque o que vivo vai alem do real. trata-se de uma experiência supranatural. e tu, oh descrente, eh meu desafio social. 

tenho tudo a declarar sobre minha experiência subjetiva: tudo e nada, porque sei que pouco ou nada lhe interessa em minha vida o que você mesmo classifica como loucura. minha percepção aguçada sobre a realidade lhe confunde apenas porque sois covarde sobre suas próprias crenças sobre a vida. teu medo de aceitar a magica do absurdo te imobiliza intelectualmente perante a mim, e faz com que ajas tendenciosamente de modo a proteger tuas frágeis incertezas e inseguranças. e, diante do magno argumento que levantas contra meu sentido e direção subjetivos -- "Luisa Carolina, sois louca! Isso não existe fora da sua imaginação!" -- levanto a contraargumentaao filosófica metafisica da razão pratica contra tua nocao de ordem: quem te fez senhor da verdade universal, quem disse que teu processo condiz com a normalidade, ou que a normalidade e' a progressão natural do processo subjetivo universal? os numeros? não raramente os números enganam nossos sentidos e nos levam na direção contraria 'a verdade sobre algo, basta que não notemos o que e' essencial aos cálculos. vamos, eu te desafio a dizer que tem certeza sobre quais fatores são essenciais no calculo sobre o sentido da vida, da morte e da existência subjetiva em sociedade. teu numero de felicidade sera maior que o meu? e este valor, realmente importa?

nada quero dizer sobre minhas forças pessoais e minhas virtudes. espiritualidade, amor 'a beleza, criatividade e curiosidade. não sou muito mais que isso, e sim, considero-me positivamente feliz, apesar dos constantes gaslighting, que embora sejam a questão, não sejam o que necessariamente importa sobre mim, nem o que me define.  

por isso escrevo com tanta liberdade sobre a loucura e a instituicao dos normais: porque tudo isso e' de tamanha relatividade que não importa, realmente. e se você pensa "oh, que legal um louco falar sobre si mesmo e sobre a questão manicomial " ou qualquer blablabla parecido, eu ainda acho que falta justiça filosófica em sua atitude. e volto 'a questão: você tem certeza de que sabe o que caracteriza a loucura, a lucidez e onde eu me encaixo nisso tudo?

e, finalmente a questão que me importa: posso falar abertamente. o que me enlouquece e' ver você, que mente para si mesmo sobre suas próprias progressões, direcao, sentido e questões de ordem (e sobre o que sabe sobre esses conceitos, diga-se de passagem) querendo dizer a mim como lidar com a questão do universo, da metafisica, e das outras coisas que atravessam meu pensamento enquanto observo o voo livre de uma libélula sob a ótica da estética sensorial. 

memória de vida passada em signisciência