quinta-feira, 8 de julho de 2010

se dante soubesse...



até onde vai o direito de pensar (e no meu caso, de não pensar)?

costumava largar meus olhos em qualquer lugar do mundo, e simplesmente não pensar. minha mãe, é claro, ficava puta: 'luisa, isso faz mal!' e sempre que me apanhava nesse estado, brigava comigo. ultimamente, tenho sentido que esse prazer foi roubado maldosamente de mim. tenho brigado pelo direito de não pensar, de poder usar meus olhos de gato nos pontos vazios do mundo quando bem queira. de não pensar em mim enquanto 'um você', mas simplesmente enquanto eu, e parar de pensar quando bem quiser, sem precisar tomar aulas de ser humano para isso. pensar o tempo todo cansa muito e pior, atrapalha o gozo.  

- e isso não tem nada a ver com dante (pelo menos, é o que beatriz comenta aos sete céus).

memória de vida passada em signisciência