sábado, 3 de abril de 2010

em meio ao caos do meu guarda-roupa, voltei no tempo em pelo menos cinco anos anos e achei uma cola de msn em manuscrito.  eram ótimas madrugadas, conversando sobre o excesso de ceticismo que endurecem os corações. hoje, não sei  quede o poeta, mas entendo que seu poema ficou gravado para mostrar que um coração cético enternece com palavras.

"amei daquela vez como se fosse a última
e posto que é chama como dito,
traga-me o prometido contentamento descontente
e pare de doer, já que não deverias tanto!
subi num patamar quatro paredes mágicas
que o vento derrubou num sopro
fazendo pouco do que seria eterno
achando que foi bom enquanto durou.
triste ilusão ao ver você passar
e descobrir que o meu amor era um tanto assim, popular,
tão espaçoso e aberto
que qualquer um aventureiro lançou-lhe a mão.
meu coração morreu atrapalhando meus sábados,
meus domingos ficaram vazios,
magoado coração devasso nas segundas,
apedrejado e cuspido de terças às sextas.
amores: melhor não tê-los
mas se não quer tê-los, 
de que reclama,
já que a fome que te aflige és mera e simples manha?
tudo de amor que existe em mim foi dado
e mesmo meu peito assim, dilacerado
ofereço-te o fogo que me arde mas você não vê
e assim, me sinto só, no bolso apenas a identidade."

daniel nascimento - na batedeira



memória de vida passada em signisciência