quarta-feira, 23 de novembro de 2011

sobre júlia e seus enjôos de narração

não é apenas pela dor na perna, sabe? é pela sua arrogância de achar que eu devo seguir o discurso politicamente correto que você pensou pra mim. e é mais, pela arrogância de dormir enquanto eu estou aqui, com as pernas insones pela casa. olha só, que bad trip! é, júlia, algumas amigas não vêem nada além do próprio umbigo (o que foi cientificamente comprovado depois que patolino foi explodido no ultimo acme). mas também, amiga, é que você não acredita no poder da literatura, apenas na força do próprio xampu. eu juro que disse que não queria te machucar, mas você não acredita em um rosto risonho que diz por dentro 'não brinque, eu falo sério'. é só típico de você nunca acreditar que imaginou o ocorrido e ainda assim, sair dando ordens de orientação -- eu também acho isso extremamente bonito. não, eu até entendo que seja um blog de baixa publicação e circulação, mas você não entende o atitudinal, o circunstancial, o situacional que a critica. eu entendo que seja bom dormir, eu entendo que não sentir dor na perna seja bom, mas adoraria que você acordasse dos seus doces sonhos pra perceber as merdas que você faz. taí, mais um fissurado em se tornar personagem. eu não quero entender tabu de ninguém, não. acho muito sério ser eu a entrar na vida alheia pra dizer o que lhes falta na própria realidade. eu até concordo com isso de que pai e mãe artista faz de tudo pra criar seus filhos de forma consciente e esquece de dar auto-consciência a eles pra não deixar eles se abalarem por qualquer merdinha feito eu que aparece por aí dizendo 'ei, você nunca tinha visto algo assim', e por aí vai que tudo o que é novo deve ser comentado, não interessa o dano que se cause com isso, eu acho que se trata mesmo é de um bando de hipócrita, como você mesmo defendeu, amiga júlia, e como eu mesmo defendo, muito legal e politizado defender essa coisa de mercado de trabalho, redução de danos (ops!, doeu o personagem!), consciência  e tal, mas na hora de tirar os pés do sartre é que fica meio difícil. não, eu entendo o que é ter um cotidiano do tipo calminho, pão no fogo todo dia, amor sem falta na mesa, limpeza na massa, essas coisas, mas é que me falta perceber nisso tudo a crueza que nos faz odiar formigas e locais barrentos, palavras cruzadas e filmes de almodovar. não é que eu enjoe o francês, mas é que eu enjôo você.  legal, ter namorado, ser puta dele e tal nas intimidades, mas não é que doa, sabe? é que dói.

mas veja bem, luisa, é típico do ser humano. abre a boca pra dizer eu sei o que está acontecendo, mas não passa pela idéia fazer, operar na mudança. mas fácil seguir perdendo amigo, dente, relógio, pulseira e pingente a deixar alguém dormir, sonhar, acordar e gozar em paz como todo ser humano. ou rir às piadinhas do ginásio dos anéis das meninas que se masturbam. eu to trepando com você, esse menino? não? minhas pernas ainda doem por isso. talvez se você viesse me comer, esse seria um problema resolvido, mas oh, o discurso dela é você sabe o que aconteceu, e seu silêncio seduz, júlia, esse gozo estampado na sua cara é que não parece ter nem um pouco da polidez da década de 30. eu adoraria uma vez na vida não ter a quem procurar pra resolver alguma coisa, agradeço. sentir essa nsecessidade que você parece já ter sentido e superado e que te faz mulher, de ter alguém pra ouvir seu último choramingo, aquele que já sai como um pedido de atenção e não ter ninguém lá pra dizer 'é, eu ouvi, é da falsidade natural dela, mesmo'. se puder, sem medo, vá nessa. 



memória de vida passada em signisciência