segunda-feira, 12 de julho de 2010

de quando Bukowiski me comeu

Buk sempre foi um velho safado, desde os 24 anos de idade. e sempre que leio qualquer coisa do velho, penso meu deus, como eu queria ser comida por ele, 'porque o amor, pensando bem, não passa de uma espécie de palavrão'. e aí, lembro do dia em que Bukowiski recebeu, como sempre, visitas aleatórias em casa: o velho era uma verdadeira prostituta anti-social. bastava aparecerem com cerveja, vinho, e fumos variados, conversar qualquer cinco segundos (exatos) de literatura e mostrar um terço de perna, que Hank se abria pra qualquer uma. 'boneca, casa comigo, eu te amo. tô precisando de uma boa mulher, que possa me sustentar.' bastava ter uma bela bunda (e porra, o melhor do cara é que ele não tem vergonha nenhuma de assumir isso).

como quando Wendy apareceu na casa de Buk porque confundiu ele com o Andre (outro escritor). ele não tinha a menor idéia de quem ela era, mas ela era gostosa e trazia duas garrafas de vinho, então o velho não tava nem aí. "terminamos as duas garrafas de vinho e descobrimos mais bebidas na geladeira. nos dedicamos a ela. depois, sei lá. acho que fiquei meio doidão e comecei a cravar as garras no vestido dela - no pouco que havia. enxerguei a ponta da saia de baixo e da calcinha, aí rasguei a parte de cima e rebentei o sutiã. peguei na teta. na mamica. era farta. beijei e chupei aquele troço. depois torci com a mão até que deu um berro e, na mesma hora, esmaguei minha boca contra os lábios dela, abafando os gritos. estraçalhei as costas do vestido - nylon, pernas, joelhos, carne de nylon. e levantei-a da cadeira deixando em farrapos aquela frescura de calcinha, e enterrei até o fundo. 'ai,' exclamou, 'ai, Andre' peguei-a de pé , mas andávamos de um lado pro outro da sala. continuava metendo, e tropeçávamos nas cadeiras, quebrávamos abajures. teve uma hora em que deitei-a em cima da mesinha de centro, mas logo percebi que as pernas não iam aguentar nosso peso e levantei-a antes da mesa se esborrachar no chão. 'ai Andre!' de repente, estremeceu toda, de alto a baixo, depois estremeceu outra vez, como se estivesse sendo imolada no altar. então, percebendo que já estava enfraquecida e fora de órbita, fora de si, simplesmente enterrei tudo, feito gancho e fiquei completamente imóvel, pendurado ali, dentro dela, que nem peixe-de-mar desvairado, arpoado pra semrpe.  meio século de experiência não tinham sido em vão. Wendy estava inconsciente. aí, me inclinei para trás e meti, meti, meti, enquanto a cabeça dela se sacudia toda cmo uma marionete enlouquecida. apertei-lhe bem a bunda e fiz com que gozasse de novo comigo. quando chegamos ao orgasmo, até pensei que fosse morrer, que nós dois fôssemos morrer. puta que pariu."  (ereções, ejaculações e exibicionismos I - crônicas de um amor louco)

o homem me dá tesão literário, e nem é só porque é explícito na linguagem, mas porque é explícito na personalidade. me arrependo de não ter nascido em 1940. queria ser a Wendy e ser comida por Bukowiski. de livro, ele faz isso fácil.

memória de vida passada em signisciência